Política
Lei com doação de imóveis a 39 empresas em Nova Venécia é suspensa
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O juiz Maxon Wander Monteiro, da 1ª Vara Cível de Nova Venécia, na região noroeste do Estado, determinou, em caráter liminar, a suspensão dos efeitos da Lei Municipal 3.805/2024, que doou lotes públicos a 39 empreendimentos e empresários. A medida atende a requisição do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que ingressou com ação civil pública contra a prefeitura e os donatários.
Conforme a decisão, publicada na última quarta-feira (16), os empresários devem paralisar imediatamente qualquer obra, acessão, construção, terraplanagem ou outra intervenção física que esteja em andamento nos lotes, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. A prefeitura também deve se abster de expedir novas escrituras públicas e novas licenças e alvarás, ou então poderá ser multado em R$ 100 mil por ato praticado.
A Lei Municipal 3.805/2024 foi sancionada em 26 de junho de 2024, pelo então prefeito André Fagundes (Podemos). O juiz atendeu pedido da gestão atual, comandada por Lubiana Barrigueira (PSB), para que migre do polo passivo ao polo ativo da ação – ou seja, para o lado da acusação, e não do réu.
A norma prevê a doação de imóveis localizados nos polos Industrial I e Agroindustrial II do município. No projeto que deu origem à lei, o então prefeito justificou que a medida “objetivava o desenvolvimento econômico, bem como a implantação de indústrias e comércio no município, a fim de alavancar empresas que pretendem se instalar e ampliar seus negócios nos dois distritos industriais de Nova Venécia”.
Entretanto, segundo o Ministério Público, entre as doações constam também lotes desmembrados de uma área do Bairro Aeroporto. O pedido de desmembramento foi feito em 27 de setembro do ano passado, e o procedimento foi finalizado no dia 2 de outubro do mesmo ano – ou seja, nem sequer existiam como unidades autônomas antes da publicação da lei. Além disso, de acordo com o MPES, a legislação municipal só autoriza a alienação de bens nos polos industriais e agroindustriais.
Outra irregularidade, ainda de acordo com o Ministério Público, foi a dispensa de licitação na doação de lotes, sem que fosse realizado um procedimento formal de justificativa. “O fato de os empresários terem feito ‘seus requerimentos’ em um cenário de ausência de publicidade prévia para a oportunidade de doação, reforça a tese de favorecimento a pessoas certas e determinadas especialmente em momento que antecede ao pleito eleitoral municipal”, diz a petição inicial do processo.
Os pareceres anexados aos requerimentos dos lotes pelos empresários tinham redação idêntica, de acordo com o órgão ministerial, e não há registro de que tenham sido corroborados pela Procuradoria-Geral do Município. As doações também não passaram pelo crivo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, como manda a legislação municipal, e inexistem estudos técnicos justificando as doações.
O Ministério Público destacou ainda o valor “flagrantemente irrisório” dado aos imóveis: R$ 8,15 por metro quadrado. O montante, “desconexo com a realidade do mercado imobiliário de Nova Venécia” se baseou em uma lei municipal de 2006 que não está mais em vigor. “Apesar de ter sido uma doação com encargos, o valor bem abaixo do mercado serve para dar aparência de legalidade aos atos e encobrir a desvantagem que tais atos causaram ao patrimônio público”, asseverou o MPES.
Além disso, o Ministério Público afirmou, na petição inicial, que “causou estranheza” que o projeto de lei que resultou na norma tenha tramitado na Câmara de Vereadores em regime de “urgência especial”, sem que tenham sido apontadas as condicionantes previstas para isso no Regimento Interno: caso de necessidade de pronta apreciação por conta do risco de perda da oportunidade ou eficácia.
Mais um fato notado pelo Ministério Público diz respeito ao prazo para início das obras. De acordo com a lei, os donatários precisam iniciar as intervenções em até 12 meses após a doação. Entretanto, o artigo 11 prevê que a contagem dos prazos depende da “liberação de todas as licenças e autorização das esferas de poder para o respectivo empreendimento”. Uma vez que cabe ao empreendimento o pedido de licença, também cabe a ele próprio o início da contagem do prazo.
“A ausência de critérios objetivos e transparentes na seleção dos beneficiários, a inexplicável urgência na aprovação da lei e a liberalidade com o patrimônio público, doado a preço vil, criam uma robusta presunção de que o ato não visava ao interesse público, mas sim provável cooptação de apoio político e empresarial, utilizando a máquina administrativa para obter vantagens indevidas na disputa eleitoral”, escreveu o MPES.
Em manifestação dentro do processo, a Procuradoria-Geral do Município defendeu a necessidade da medida cautelar, dizendo que foram verificadas obras em curso em alguns dos lotes doados. A PGM argumentou ainda que a prefeitura “tem diligenciado no sentido de mitigar e corrigir os atos ora questionados, embora esteja limitado no seu âmbito de ação, tendo em vista que a propositura da ação judicial sobre os mesmos fatos possui efeito substitutivo e paralisante”.
Em sua decisão sobre o caso, o juiz afirmou que “em tese, o açodamento promovido para pelo gestor municipal para concretizar os atos de transferência do patrimônio público para particulares, sem a observância dos critérios legais, violou as normas que regulamentam a matéria. (…) Por fim, no que se refere ao presente requisito para a concessão da tutela de urgência, não há como deixar de registrar o valor irrisório de R$ 8,15 o metro quadrado, demonstrando a velha prática do patrimonialismo”.
Dentre as áreas e imóveis doados, o de maior área, com 17 mil metros quadrados, ficou com a empresa Nextcon Construtora LTDA. Claudio Zanol foi a única pessoa física que recebeu uma doação. De acordo com a lei, ele devia apresentar Termo de Compromisso de Constituição da Empresa no prazo de 90 dias.
Eleições
André Fagundes foi eleito pela primeira vez como prefeito de Nova Venécia em 2020, pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), mas não conseguiu se reeleger no ano passado – em candidatura pelo Podemos. Ele perdeu para Lubiana Barrigueira (PSB), por 47,14% dos votos contra 37,53%. Antonio Emilio (PL) também entrou na disputa majoritária e obteve 15,33% dos votos.
Apesar de Lubiana ter disputado a eleição pelo partido do governador Renato Casagrande, André Fagundes recebeu apoio nas eleições do então deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB), atual secretário de Estado da Saúde. Após as eleições, Casagrande nomeou Fagundes como diretor-geral do Hospital Dr. Roberto Silvares, em São Mateus, norte do Estado.
Confira a relação de empresas/empresários que receberam doações de lotes em Nova Venécia
Sebim Caminhões e Automóveis Ltda, de Adelson Zavarise Sebim – área de 1.767,94 m²
Cibox Comércio e Serviços Ltda – ME, Cirio Soares Junior – área de 1.356,31 m²
Tech Control Soluções Elétricas e Mecatrônicas Ltda, de Everton Silva Ribeiro, – Área de 1.762,31 m²
Viação Vale do Cricaré Ltda, de Sebastião Scarpi Melhorim – área de terras de 5.237,80 m²
Viação Pacanhã Ltda EPP, de Anastacio Pacanhã – área de terras de 4.527,41 m²
Merlin Transportes Ltda, de Fabricio Da Silva Merlin – área de terras de 3.464,15 m²
Denoni Máquinas Ltda, de Eder Ancelmo Denoni – área de terras de 1.036,24 m²
J.R. Pinturas, de José Renato Lima – área de terras de 1.037,52 m²
Coffeemac Comércio e Serviços Ltda, de Augusto Menenguce Zavarise – área de terras de 1.875,24 m²
JW Transportes e Guincho Ltda, de Juvagner Tonetto De Oliveira e William Delfino – área de terras de 1.000 m²
D. F. Locação de Máquinas Ltda, de Fabiano Candido Da Silva – área de terras de 1.000 m²
Possimozer Auto Socorro e Posto de Molas Ltda, de Evandro Cerqueira Possimozer – área de terras de 1.000 m²
Cigano Radiador Ltda, de Deunezir Fagundes Da Silva – área de terras de 1.000 m²
Allig Telecom Ltda, de Levilson Lourenço Galvão – área de terras de 1.000 m²
Cornelio Novaes do Amaral – ME/Mega Motos, de Cornelio Novaes do Amaral – área de terras de 1.000 m²
AutoCar Peças e Serviços Ltda, de Luiz Marcos Carleti – área de terras de 1.000 m²
FJA Distribuidora Ltda, de Fabio Junior Angeli – área de terras de 1.000 m²
Flaviana Alves Rodrigues MEI, de Flaviana Alves Rodrigues – área de terras de 1.000,22 m²
Centro Automotivo SML-ME, de Marco Aurélio Meireles – área de terras de 1.000,63 m²
João Luiz Zava ME, de João Luiz Zava- área de terras de 1.000,63 m²
Brazil Especiarias Ltda, de Marcos Rita – área de terras de 1.000,63 m²
Metalurgica Veloso Ltda, de Sueder Vieira Veloso – área de terras de 1.252,01 m²
Casa Gama Comércio Importação e Exportação LTDA, de Dante Dominicini Gama – área de terras de 4.000,30 m²
Street Auto Peças e Serviços Ltda, de Euclides Gomes Silva – área de terras de 3.473,95 m²
Fretamento Marilândia Ltda – ME, de Rodrigo Kuster Dias e Adriana Kunzler – área de terras de 2.650,41 m²
Madeireira GHR Ltda – ME, de Osvaldo Moreira De Souza e – área de terras de 3.044,27 m²
Varejão Doces e Festas Ltda, de Bianca Pin Barollo – área de terras de 2.424,05 m²
Zanotti Armazéns Gerais Ltda, de Leonor Andrade Seixas Zanotti – área de terras de 5.629,56 m²
Pinaffo Construção e Acabamentos, de Alexandre Ferreira Pinaffo, Cosme Pinaffo, Lorenzzo Ferreira Pinaffo e Tainah Ferreira Pinaffo – imóvel contendo área total de 3.500 m²
JJ Sabadim Ltda, de Wesley Sabadim Pereira – imóvel contendo área total de 3.500 m²
Decoragran Granito, de Iva Dos Santos De Oliveira – imóvel contendo área total de 2.400 m²
Serafim Cobranças Ltda, de Douglas Serafim Rozario – imóvel contendo área total de 15.000 m²
Samira Pereira da Costa – MEI (Edimar Granitos), de Samira Pereira da Costa – imóvel contendo área total de 2.500 m²
Medal Comércio e Serviços Ltda ME, de Angela Maria Neres Vardiero Soares – imóvel contendo área total de área total de 5.000 m²
Pavani Comércio de Café LTDA, de Regina Oliosi Pavani – imóvel contendo área total de 14.500 m²
Manutenção Mercês, de Cleidimar Dias Mercês – imóvel contendo área total de 3.200 m²
Nextcon Construtora LTDA, de Remo Tonon Lima – imóvel contendo área total de 17.000 m²
Conilon Transportes e Serviços LTDA, de João Victor Fuzari Meneguete, Gustavo Fuzari Meneguete e Kleber Fuzari Meneguete – imóvel contendo área total de 5.000 m²
Claudio Zanol (criou depois da lei a Zanol Pré-Moldados Ltda) – imóvel contendo área total de 4.700 m²
Fonte: Século Diario
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Política
André Fagundes anuncia pré-candidatura a deputado estadual destacando trajetória construída na prática
Segundo ele, sua trajetória foi construída “na realidade dura que todos enfrentam no dia a dia”, e não em teorias ou papéis.
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18 de dezembro de 2025
A insatisfação com promessas vazias e discursos desconectados da realidade tem crescido entre os moradores da região. É nesse cenário que André Fagundes, profissional da saúde e ex-prefeito, anuncia sua pré-candidatura a deputado estadual, defendendo que somente quem viveu os desafios do serviço público de perto está preparado para representar a população com responsabilidade e resultados.
Segundo ele, sua trajetória foi construída “na realidade dura que todos enfrentam no dia a dia”, e não em teorias ou papéis. A experiência acumulada ao longo dos anos é o que sustenta sua proposta de atuação na Assembleia Legislativa.
Fagundes iniciou sua caminhada como técnico em enfermagem, função que o colocou diretamente na linha de frente do cuidado, lidando com a dor, a vulnerabilidade e as necessidades reais das pessoas. Essa vivência, afirma, moldou sua visão humana e prática sobre a saúde pública.
VEJA VÍDEO:
Mais tarde, assumiu o cargo de secretário de Saúde municipal, onde teve contato direto com a gestão de recursos essenciais e com a responsabilidade de manter serviços funcionando mesmo diante de limitações e pressões constantes.
Entre 2021 e 2024, foi prefeito de Nova Venécia, enfrentando a burocracia, as demandas urgentes da cidade e a necessidade de equilibrar prioridades em um cenário de desafios crescentes. Para ele, esse período consolidou sua capacidade de liderança e tomada de decisão.
Atualmente, como diretor do Hospital Roberto Silvares, Fagundes afirma estar ainda mais próximo da realidade da população, atuando em uma das áreas mais sensíveis da administração pública: a saúde. Ele destaca que o foco em resultados e na vida das pessoas é o que orienta seu trabalho diário.
Com essa bagagem, André Fagundes oficializa sua pré-candidatura a deputado estadual, colocando sua experiência a serviço do Espírito Santo. Ele defende que a Assembleia Legislativa precisa de representantes que conheçam a realidade da população e que tenham histórico de entrega concreta.
“Vamos levar a força de quem faz para a Assembleia Legislativa. É por você e pela mudança que merecemos”, afirma.
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Política
Alcântaro Filho propõe e Ales vai conceder comenda a Flávio Bolsonaro
Flávio virá ao estado na próxima segunda-feira (22), junto com os irmãos Renan Bolsonaro – vereador de Balneário Camboriú (SC) e Carlos Bolsonaro – ex-vereador do Rio de Janeiro.
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5 dias atrásem
17 de dezembro de 2025
Com os votos contrário de Camila Valadão (PSOL), Iriny Lopes e João Coser (PT), os deputados estaduais capixabas aprovaram a entrega de título de Cidadão Espírito-santense ao senador Flávio Bolsonaro (PL). A proposta foi do deputado Alcântaro Filho (Republicanos).
O senador é filho do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) – que está preso condenado pelos atos de 8 de janeiro de 2023 -, e na última semana anunciou que recebeu do pai a missão de se colocar como pré-candidato à presidência nas eleições de 2026.
Flávio virá ao estado na próxima segunda-feira (22), junto com os irmãos Renan Bolsonaro – vereador de Balneário Camboriú (SC) e Carlos Bolsonaro – ex-vereador do Rio de Janeiro. Eles participarão de u culto chamado “Grande clamor pelo Brasil” a convite do senador e presidente do PL, Magno Malta.
O título de Cidadão Espírito–Santense é concedido pela Assembléia Legislativa do Estado do Espírito Santo – ALES à personalidades que tenham prestado relevantes serviços e incontestável benefício ao Estado.
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Política
Gilvan apoia Guerino Zanon para governador pelo partido de Bolsonaro
Quem me conhece sabe que eu tenho uma admiração pelo Guerino Zanon, que fez uma grande gestão como prefeito de Linhares.
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7 dias atrásem
16 de dezembro de 2025
O deputado federal Gilvan da Federal defende publicamente que o Partido Liberal (PL) filie Guerino Zanon (PSD) e lance o ex-prefeito de Linhares a governador do Espírito Santo em 2026. Gilvan é o segundo mandatário mais importante do PL no Espírito Santo, abaixo do senador Magno Malta, que preside o partido no Estado. Como publicamos aqui na última quinta-feira (11), o PL passou a considerar muito seriamente a ideia de concorrer ao Palácio Anchieta com um candidato próprio – e Guerino já foi sondado, assim como o deputado federal Evair de Melo (PP).
“A decisão, claro, passa pelo presidente do partido, o senador Magno Malta, mas, se ele decidir por Guerino Zanon, eu vou fazer campanha com sangue no olho, e nós vamos chegar no segundo turno. Eu tenho certeza que é um nome forte.”
Gilvan deu as declarações em favor de Guerino em entrevista exclusiva à coluna (abaixo) – pontuada por alguns palavrões –, na saída do plenário da Câmara de Vitória, cercado por algumas dezenas de apoiadores. Na entrevista, o deputado também respondeu sobre o processo em que é réu na Justiça Eleitoral e que pode deixá-lo de fora das próximas eleições.
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Nas duas primeiras instâncias, Gilvan foi condenado pelo crime de violência política de gênero praticado contra a deputada estadual Camila Valadão (PSol). Hoje, tecnicamente, ele está inelegível. E, se não conseguir uma cautelar ou uma decisão favorável que reverta a condenação até o início do próximo pleito, corre o sério risco de ter negado o registro de candidatura e não poder disputar a reeleição, por ser considerado “ficha suja”.
Os detalhes do caso podem ser lidos aqui, mas, de forma muito sumária, Gilvan foi condenado por palavras proferidas contra Camila em duas sessões da Câmara de Vitória no fim de 2021, quando ambos eram vereadores. No dia 29 de novembro daquele ano, ele a mandou “calar a boca” e a chamou de “satanista”. No dia 1º de dezembro, voltou a lhe dizer “cala a boca”, além de chamá-la por termos como “assassina de criança” e “assassina de bebês”.
Antes de conceder a entrevista à coluna, Gilvan voltou, na segunda-feira (15), ao local onde tudo começou. A convite do vereador Armandinho Fontoura (PL), o deputado ocupou a Tribuna Livre, no plenário da Câmara de Vitória, discursando por dez minutos. Do processo, na verdade, falou pouco – na entrevista, foi mais específico.
Mostrando fotos de Lula (PT), de expoentes do bolsonarismo como o General Augusto Heleno e de ministros como Gilmar Mendes, Gilvan defendeu a tese de que, no Brasil, políticos de direita estão sendo perseguidos, condenados, presos e ficando inelegíveis, enquanto os “corruptos” e “pessoas ligadas ao crime organizado” estão sendo poupadas, inocentadas ou até libertadas pelo “tribunal de exceção” do STF, ficando com os direitos políticos preservados para disputar as eleições.
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Gilvan fez um sem-número de ataques à esquerda e graves acusações nominais ao presidente Lula. Chegou a dizer que “Lula é o presidente dos traficantes”. Também chamou o presidente da República de “presidiário”, “ladrão”, “criminoso”, “chefe de quadrilha”, “chefe de organização criminosa”, “pai da mentira”, “pai da miséria”, “defensor de traficantes” e “ligado ao crime organizado”.
“Hoje, no Brasil, quem está ligado à corrupção e ao crime organizado, eles aplaudem. Essa é a esquerda”, acusou. “Caiado, Zema, Tarcísio, Ratinho Júnior. Nós vamos nos unir no 2º turno e vamos varrer essa quadrilha da Presidência da República!”, gritou da tribuna, em referência à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro ao Planalto pelo PL.
Gilvan também afirmou que quem defende Lula é um “eleitorado burro, canalha, idiota, que não estuda, que fuma maconha, que defende traficante, que são ex-presidiários, que passaram 15 anos no presídio”.
Sobre Camila, Gilvan exibiu no telão duas charges de um artista simpatizante da psolista, postadas por ela há poucos dias em suas redes sociais (com efeito, uma provocação desnecessária). Numa delas, a deputada é retratada a puxar o cordão da descarga, enquanto Gilvan desce pela latrina em meio a fezes. “E se fosse o contrário?”, questiona o parlamentar do PL.

Antes do discurso de Gilvan, vereadores do PSol, do PT e do PSB saíram do plenário da Câmara de Vitória, em protesto. O ex-deputado federal Carlos Manato (em transição do PL para o Republicanos) compareceu e ficou no fundo do plenário, em solidariedade ao deputado bolsonarista. Nas galerias, um popular passou o tempo todo segurando um cartaz em que se lia “Inelegível KKK”.
Confira abaixo a entrevista completa de Gilvan, na qual ele afirma que não cometeu crime algum e garante: em relação ao processo de Camila, não se arrepende de nada, só teme a Deus e “faria tudo de novo”.
O Partido Liberal (PL) tem discutido internamente a possibilidade de lançar um candidato próprio a governador do Espírito Santo. Pelo que apurei, essa discussão é crescente e está ganhando força. O que o senhor pensa sobre isso? Defende que o partido lance, de fato, um candidato próprio a Palácio Anchieta?
Com certeza! Nós já temos a candidatura formada para presidente da República. Teremos candidato, o Flávio Bolsonaro, a não ser que consigamos tirar a inelegibilidade do Bolsonaro. Ele é o nosso candidato. Não sendo ele, é o Flávio. Nós temos candidatura majoritária para o Senado, que é a Maguinha Malta, filha do senador Magno Malta. E eu defendo que, a partir dessa conjuntura, nós tenhamos um candidato ao Governo do Estado do Espírito Santo, representando os patriotas à direita aqui do nosso estado.
E para governador, então, qual é o nome que o senhor defende pessoalmente? Alguns falam no próprio senador Magno Malta. Fala-se também no ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD), que poderia entrar no partido. Alguns falam até no deputado Evair de Melo (PP), seu colega na Câmara, que poderia se filiar. Qual é o nome que o senhor defende?
Quem me conhece sabe que eu tenho uma admiração pelo Guerino Zanon, que fez uma grande gestão como prefeito de Linhares. Mas, além da experiência como gestor, ele tem uma característica que eu tenho certeza que todo candidato do PL e da direita tem que ter: ele se posiciona. Não tem medo de se posicionar sobre a anistia, sobre os presos do dia 8, sobre o Lula, sobre a Globo. Então, a decisão, claro, passa pelo presidente do partido, o senador Magno Malta, mas, se ele decidir por Guerino Zanon, eu vou fazer campanha com sangue no olho, e nós vamos chegar no segundo turno. Eu tenho certeza que é um nome forte.
Então o senhor vai defender internamente o nome de Guerino, inclusive junto ao Magno?
Vamos fazer um teste aqui: quem apoia Guerino Zanon para o governo? [Neste momento, os apoiadores ao redor gritam “eu”.] Com Flávio Bolsonaro candidato a presidente e aqui Guerino Zanon a governador, nós estamos no segundo turno. Nós vamos surpreender e ganhar essa eleição.
Ainda na pauta eleitoral, o senhor defende ou não uma aliança com o Republicanos e com o atual prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini?
Defendo. Onde Renato Casagrande estiver, eu estarei do lado contrário. Onde Ricardo Ferraço estiver, eu estarei do lado contrário. Não há possibilidade nenhuma. [Neste momento, ele volta a se dirigir à claque.] Pessoal, quem é de direita aqui assumiria o cargo de vice-governador com alguém de esquerda? [A claque responde em uníssono: “Nãããão”.] Não. Então é fato. O grupo deles, onde eles estiverem, Arnaldinho, Ricardo Ferraço, Casagrande, nós estaremos do outro lado. Então, se o Pazolini realmente vier candidato e for para o segundo turno, nós vamos apoiá-lo.
Mas o senhor acha que cabem os dois na mesma aliança, já no 1º turno, ou o 1º turno é de duas candidaturas, com Pazolini pelo Republicanos e Guerino pelo PL?
No primeiro turno, os dois candidatos da direita, como vai ser feito no cenário nacional: Ratinho Júnior quer ser candidato, Zema, Caiado, Tarcísio vem à reeleição, está conosco, é do Republicanos. O Republicanos é um partido aliado nosso. Mas, no 2º turno, Caiado, Ratinho Júnior, Zema, todo mundo vai ficar com o Flávio. E aqui no Estado nós vamos fazer isso. Vamos fortalecer a direita, para que possamos ter o primeiro governador de direita no Estado.

Gilvan na Tribuna Livre, no plenário da Câmara de Vitória (15/12/2025). Foto: Vitor Vogas
Mudando de tema, deputado, que é o tema que o trouxe aqui hoje: o processo ao qual o senhor responde na Justiça Eleitoral, por violência política de gênero, movido pela deputada Camila Valadão, pelo qual o senhor foi condenado em primeiro grau em março e, na semana passada, também em segundo grau, no julgamento do seu recurso no TRE-ES. O senhor disse que vai recorrer à instância superior, que é o TSE. Qual é a base da sua argumentação para fundamentar esse recurso?
Ainda cabem embargos de declaração, então primeiro a gente não vai entrar com embargos no TRE. E, caso o embargo seja negado, a gente vai ao TSE. O fato é simples: eu não cometi crime algum. Você viu aqui os vereadores, todos os vereadores da época dizendo “olha, não existia discriminação por ela ser mulher”. Ela era do PSol e eu da direita. O meu problema é com o PSol, é com o que os caras defendem, independente se é mulher, se é homem… Pô, o PSol defende que teu filho, homem, vire mulher. Quem é que concorda com isso? Defende que um jovem possa chegar com a p**** de um charuto de maconha porque foi liberado. É o que o PSol defende. Defende que uma menina de 17 anos chegue grávida em casa e fale “papai, mamãe, vou abortar porque meu corpo é meu e o aborto é liberado”. É o que eles defendem. Eu mostrei ali, a mulher do PSol, ela pode tudo. Ela pode chamar de homofóbico, de racista, dizer que você é preso, chamar de ladrão, de vagabundo. Eu mandei ela [Camila] calar a boca. Ela me interrompeu, eu mandei ela calar a boca, é crime. As calúnias que ela fez contra mim, por ela ser do PSol, não é crime. E, para terminar, o problema aqui no Brasil não é o fato. É quem fez. É o personagem ali. Porque, se Glauber Braga, Janones, o “Rachadinha”, se ele mandasse a Bia Kicis, Carla Zambelli calar a boca, nada ia acontecer. Ou seja, a esquerda pode tudo, inclusive ser pego com o dinheiro na cueca. Nós, da direita, o que a gente falar é homofobia, é racismo, é transfobia, é violência política de gênero. Eu tenho fé que a justiça vai ser feita e a verdade vai aparecer porque eu não cometi crime algum.
No entanto, sem entrar no mérito do processo, fato é que, se o senhor não conseguir uma decisão favorável, seja aqui na segunda instância, seja no TSE, até o prazo final para pedido de registro de candidatura, no ano que vem, o senhor corre o risco de ter esse registro negado por ser considerado inelegível, por ter tido essa condenação confirmada por órgão colegiado. É o que diz a Lei da Ficha Limpa. O senhor teme ficar inelegível e não poder disputar as eleições no ano que vem?
Eu só temo a Deus. Aqui na Terra não temo nada. Nós temos um presidente honesto preso. Nós temos um general de carreira ilibada preso. Bolsonaro e General Heleno presos. Ramagem teve que fugir do país, senão ia ser preso. Um delegado de reputação ilibada. Se eu ficar inelegível, não vão nunca comprar meus valores e aquilo em que eu acredito. Eu estou sendo condenado não por corrupção, não por desvio de dinheiro, não pegaram mala de dinheiro na minha casa. Estou sendo condenado por aquilo que eu falo, por palavras. Isso é democracia? Nós não vivemos mais no Estado Democrático de Direito. Eu confio que a verdade vai aparecer. Volto a dizer: hoje, no Brasil, eu sonho com um país onde o culpado é condenado e o inocente é absolvido. Aqui no Brasil está sendo o contrário. Querem me deixar inelegível, ainda não estou. Querem me deixar inelegível, mas Sérgio Cabral, José Dirceu, Oruan, Gedel Vieira estão todos elegíveis. Um é traficante e os outros roubaram o nosso país, saquearam… todos elegíveis. Isso é justiça? Não, eu estou muito tranquilo.
O senhor acabou de dizer: tecnicamente, o senhor foi condenado em primeiro e em segundo grau pelo teor de suas palavras; palavras proferidas, aqui mesmo, dentro do plenário da Câmara Municipal de Vitória, para a então vereadora Camila Valadão e sobre a então vereadora. O senhor se arrepende de algum modo? Teria moderado as palavras? Teria voltado atrás e não usado aqueles termos?
Faria tudo de novo. Estou fazendo isso na Câmara dos Deputados. Já tive confusão lá com Lindbergh, com Janones, com Glauber, com mulher… Volto a dizer: não é o sexo, é o partido, é o que eles defendem. Então, eu não me arrependo de nada. A lei tem que valer para todos. A Camila Valadão postou minha cabeça num vaso. Eu pergunto, Vitor, com todo o respeito: se fosse o contrário, eu não vi um veículo de imprensa, e eu espero que o senhor repercuta isso, eu não vi um jornalista do Espírito Santo repercutir que minha cabeça está num vaso, com sangue, cortada*. Não vi um. Agora, se eu faço isso, coloco a cabeça da Camila Valadão num vaso com sangue, p****, saem todos os jornais do Espírito Santo me condenando. Ela pode, por ser mulher, colocar minha cabeça com sangue num vaso? Não.
O senhor pretende processá-la por isso?
Cara, eu falo para vocês: muita gente me pergunta se me arrependo de não ter processado ela por ter me chamado de racista, de homofóbico… Eu defendo a imunidade parlamentar do Parlamento. Caberia até um processo nesse caso, mas tudo que ela me chamou, aqui dentro do plenário, o vereador tem imunidade parlamentar para falar, desculpa, a m**** que ele quiser. Ela me chamou de racista, ela tem imunidade para falar isso. Eu mandei ela calar a boca, porque ela me interrompeu. Eu tenho imunidade para falar. E eu tive confusão aqui com todos os vereadores… Tive discussão com Armandinho, com Davi [Esmael]… Não foi só com a Camila. Então, aqui no plenário, se o vereador não tiver liberdade para falar o que ele quiser, para discutir, não digo agressão física, mas falar. A legítima defesa é o quê? Ela me chamou de racista, eu mandei ela calar a boca. Ela me interrompeu, eu mandei ela calar a boca. Agora racista ela pode me chamar? Homofóbico também?
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